sexta-feira, 22 de junho de 2012

Poesia ao Luar

Esta noite fui poeta

E consegui encher a folha branca

Com as cores das palavras

E inundar o ar com a música das frases.


 

Fui poeta, sim. Poeta.

Despejei para a temida folha branca

Tudo o que sou, que nunca foi visto.

Inundei a folha de gritos desesperados.


 

 

Gritei toda a minha alma.

E no entanto, apenas se ouvem os grilos lá fora

Então quem sou eu? O que havia de mim

É agora preto no branco, medido. Desmedido.


 


 

Nunca soube rimar

Por isso só rimo um pouco

Se por acaso houver luar.


 


 

E não há métrica dentro de mim.

Apenas quem eu sou, quem não fui

Quem não sou, e quem não vou ser

Porque não posso.


 


 

Porque não sou o Eu que me chamam

Tenho tantos Eus dentro de mim

A amarem-se e a debaterem-se num turbilhão

Loucos, pávidos, vivos, mortos.


 


 


Então quem sou eu?

Sou Poeta.


 



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