Poesia ao Luar
Esta noite fui poeta
E consegui encher a folha branca
Com as cores das palavras
E inundar o ar com a música das frases.
Fui poeta, sim. Poeta.
Despejei para a temida folha branca
Tudo o que sou, que nunca foi visto.
Inundei a folha de gritos desesperados.
Gritei toda a minha alma.
E no entanto, apenas se ouvem os grilos lá fora
Então quem sou eu? O que havia de mim
É agora preto no branco, medido. Desmedido.
Nunca soube rimar
Por isso só rimo um pouco
Se por acaso houver luar.
E não há métrica dentro de mim.
Apenas quem eu sou, quem não fui
Quem não sou, e quem não vou ser
Porque não posso.
Porque não sou o Eu que me chamam
Tenho tantos Eus dentro de mim
A amarem-se e a debaterem-se num turbilhão
Loucos, pávidos, vivos, mortos.
Então quem sou eu?
Sou Poeta.
"Gritei a minha alma" e que sejam sempre gritos de alegria! :D <3
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